This is who I am, and I'll always be.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

The Longpitch - Cap. II

Há pessoas que simplesmente passam por nova vida e não deixam muito de si. Outras nos deixam tanto, que chegamos a confundi-las com nossa própria vida. Eu tinha alguém assim tão importante, apenas dentro de mim, mas eu podia senti-la sempre.
Acordei meio sentimental e nostálgica. Ignorando como de costume o ar a minha volta naquele colégio, naquele lugar onde eu não queria estar, acordei cedo e sai sem nem ao menos visualizar bem qualquer pessoa à minha frente. Fui visitar umas amigas naquela manhã de sábado estranha.
Um prédio sombrio, que mais parece ainda estar sendo contruído, dadas suas imperfeições. Lá vou eu subindo escadas em forma de caracol, de metal, com degraus pequenos; uma grande aventura para quem tem medo de altura. Me pergunto por que elas tinham que morar num andar tão alto.
Cheguei timidamente à porta, com meu jeito atrapalhado ao extremo de ser, bati e imediatamente uma morena alta abre e me recebe com um sorriso no rosto; dou um abraço sincero em minha amiga.
Não vou citar nomes, acho que pessoas são mais importantes que nomes, pois um mesmo nome pode estar em várias pessoas diferentes, mas pessoas são únicas em sua maneira de ser.
Então, atravessamos o simples e arrumadinho apartamento, chegando à cozinha, onde estava minha outra amiga, que não hesitei em abraçar, como uma criança carente que recebe uma visita. Nesses dias eu devia estar assim, mais sentimetal e carente que de costume.
De certo modo, estar ali e conversar com pessoas a quem eu tinha muita admiração era esquecer do mundo indesejado que estava lá fora à minha espera.
Nem vi o tempo passar. É incrível como não se nota a presença do tempo quando se faz algo prazeroso.
Me despedi com um enfático "chegou minha hora" e recebi em troca um "aahhh" de frustração que levantou a minha autoestima. É bom saber que alguém curte nossa compania.
Na hora da despedida cabem um abraço e um beijo no rosto das amigas. Mas graças a meu jeito atrapalhado de ser, nem sempre essa parte corre necessariamente assim.
Foi igual com as duas garotas, cheguei a pensar até em segundas intenções da parte delas. Mas o fato é que ao me aproximar para beijar o rosto tanto de uma quanto da outra, quase beijo seus lábios. E senti da parte da segunda garota, a que estava na cozinha quando cheguei, um certo deslocamento proposital em direção a minha boca.
Enfim, encarei com naturalidade o momento e sai com um sorriso no rosto, ou nos lábios, melhor dizendo.
Por que idéia de beijá-las não me pareceu boa naquele momento? Elas não são bonitas o bastante? Nem era isso... a verdade é que minha mente está tomada por alguém que me mantem fiel mesmo sem pedir por isso, mesmo sem ao menos me conhecer, e mesmo sem que eu saiba nada dela. Parece que estou destinada a alguém muito especial, e essa idéia me traz muitas esperanças, acho que essa garota será minha razão de viver, e isso me faz rir continuamente, já conheço a felicidade, pois mesmo com a incerteza do destino, sei que ela existe e... nossa, como ela é maravilhosa!

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