This is who I am, and I'll always be.

sábado, 13 de novembro de 2010

The Longpitch - Cap. XX

O último dia de aula foi mais longo para mim que o restante do ano. As horas pareciam séculos.
Mas a minha ansiedade por estar de férias se explicava pelo fato de que saindo dali, eu poderia finalmente ver a garota dos meus sonhos de perto.
Arrumei minha mala em cinco minutos, apesar de as roupas parecerem estar querendo pular para fora dela. Parecia que nada que eu fizesse seria rápido o suficiente para justificar minha pressa de sair do colégio.
Meus pais me pegaram no portão. Saí olhando para todos os lados, mas não a vi em lugar nenhum. Entrei no carro, mandei mensagens mas ela não me respondia. Naquele momento achei realmente que ela não queria me ver.
Chegando em casa deitei na cama, exausta e nervosa demais para qualquer coisa. Meu coração foi a mil quando vi uma mensagem dela, pedindo perdão pela demora e dizendo que queria me ver à noite. Jamais me senti tão feliz quanto naquele momento.
Chegando à praça, mesmo local onde a vi pela primeira vez, me senti como se estivesse entrando no paraíso, e deixando tudo de ruim que já me aconteceu para trás. Não conseguia tirar o sorriso do rosto, por mais que eu tentasse, nem quando a vi consegui disfarçar, então me rendi à minha alegria.
Nós sabiamos porque estávamos ali, em frente uma à outra não precisávamos dizer mais nada, tudo já havia sido dito esses dias todos, por telefone, por mensagem, até por telepatia, acredito. Então nos olhamos, sorrimos, eu baixei a cabeça várias vezes, timidamente. Mas após alguns instantes nossos olhares se mantiveram mais tempo uma na outra, então nossos rostos se aproximaram, as mãos se tocaram, e nossos lábios se procuraram delicadamente. Com meus olhos fechados, beijando a garota mais linda do mundo, a quem eu amava, sentia que não precisava e não queria nada a mais nesse mundo.

The Longpitch - Cap. XIX

Amar é algo muito doloroso.
Estar longe de quem se ama nos mata por dentro, a saudade é o maior vilão que podemos ter. Ao lado dela, a insegurança também me acompanhava. Não a estava vendo, não podia tocá-la, não poderia ter certeza do que ela sentia por mim. Eu criava mil fantasias para machucar meu coração, imaginava que nada daquilo era real; se ela passasse muito tempo sem falar comigo já poderia pensar que estaria com outro alguém ou que havia se cansado de mim. Eu era uma paranóica apaixonada.
Não poderia sair naquele exato momento do colégio para ver a garota. Teria que conviver com a dúvida um pouco mais.
Só sabia que amar alguém tão intensamente quanto eu a amava já era algo extraordinário. Às vezes eu me perguntava se isso estava mesmo acontecendo comigo. Não conseguia compreender como era possível amar alguém com tal intensidade, e sem saber quase nada dessa pessoa. Só o destino explicaria tal feito. Já estava escrito. Maktub.

domingo, 7 de novembro de 2010

The Longpitch - Cap. XVIII

Pensei em fugir do colégio várias vezes, não só porque eu estava louca para ver a garota dos meus sonhos de perto, mas também porque eu não me adaptava àquela situação. O relacionamento com pessoas é bem difícil, e em um ambiente conturbado e estressante como era aquele lugar para mim, isso se torna extremamente torturante.
Mas eu não fugi, sou muito correta para dar motivo às pessoas de me acharem ainda mais deslocada do mundo do que eu já sou. Tenho orgulho de ser deslocada, se o lugar onde vivemos critica o amor entre duas pessoas e vê a violência como algo tão normal, eu realmente não pertenço a esse mundo.
A garota com quem eu falava à noite ao telefone me levava sempre a um "Oásis em meio ao deserto", ela me fazia esquecer esse mundo cruel e pensar somente nela por alguns momentos. Eu, definitivamente, preferia estar sempre com ela...
Quando eu não estava em meu paraíso particular... eu tinha que conviver naquele colégio, que eu não gostava, com aquelas pessoas, que não gostavam de mim, nem eu delas. Em parte, posso dizer que por minha culpa, pois eu não era o tipo de pessoa propensa a amizades; era deslocada, um pouco porque eu queria ser assim..
Às vezes, eu até me identificava com certas pessoas, como a garota que foi punida por trocar bilhetes apaixonados com uma colega. Ela estava sofrendo com a situação, e conversar com ela me fazia sentir útil, queria ajudá-la de alguma forma.
A crueldade das pessoas é infinita. A menina me contou que estava muito triste, pois estava sendo perseguida por algumas colegas, todos os dias; ela era vítima de piadinhas, agressões verbais e outras coisas. Eu sentia como se aquilo tudo estivesse acontencendo comigo, pois odeio qualquer tipo de preconceito, eu também já havia sofrido bastante por isso..
A pobre garota só estava apaixonada, algo que nem ela mesma tinha culpa de estar sentindo, o amor não conhece razões, ele simplesmente nos toma totalmente, nos mantendo reféns de nossos próprios corações.