This is who I am, and I'll always be.

domingo, 31 de outubro de 2010

The Longpitch - Cap. XVII

Não podia esperar a hora de me ver livre daquele lugar. Eu realmente precisava de férias.
Meus dias se resumiam a observar as coisas, as aulas, as pessoas, suas tristezas, suas alegrias. Tudo que eu via era tão contraditório, de um lado a felicidade total, de outro a tristeza consumindo pessoas. Acredito que a escola era um reflexo do mundo lá fora.
Uma garota do dormitório chegou muito triste depois das aulas, e depois da detenção, que por acaso eu também estava cumprindo. Ela devia ter 12 anos, não perguntei seu nome. Mas nós queríamos saber qual a razão dela ter ficado de castigo, já que era uma das melhores alunas, muito educada e amável com todos.
A menina muito triste falou pouco, pois estava envergonhada e assustada. Porém, pelo que pudemos entender, ela passou bilhetes durante a aula, algo que acontecia com frequencia, embora fosse passível de punição. Só entendemos como algo tão comum podia deixá-la assim, quando soubemos o motivo da correspondência. Era uma declaração, ou algo parecido, para outra garota da sala.
Num colégio só de meninas isso ocorria muito. Mas isso nunca é uma coisa fácil de lidar, para ninguém, muito menos para alguém tão jovem. Ela nos contou que se sentiu muito mal com a reação da coordenação diante de seu "caso" com a colega. Ela foi proibida de manter qualquer tipo de relação com a outra, como se estivesse cometendo um crime.
Pessoas fazem mal a outras dia após dia, e ainda vemos o amor ser punido, alguém precisa rever os conceitos desse mundo.

The Longpitch - Cap. XVI

Meus dias no colégio se passaram sempre naquela rotina de dualidade do tempo. Durante o dia, tudo se mostrava chato, cansativo e demorado. Mas quando era chegada a hora de estar com ela, de nos falarmos e matarmos toda a saudade acumulada, parecia que o tempo nunca seria suficiente, eu queria sempre mais. A conexão entre mim e ela era tão perfeita, que às vezes não precisavamos falar para sentir o que se passava uma com a outra; não existia nenhuma cobrança, nem os nomes tivemos o trabalho de perguntar, isso não importava, pessoas são maiores que nomes.
Só conseguia pensar nela todo o tempo, adormecia com ela em minha mente, para depois reencontrá-la em meus sonhos.
E como ela era linda, pensar nela era como acariciar minha mente.
Apenas o fato de não poder estar totalmente com ela naquele momento me deixava insegura, pois tinha medo disso não ser o suficiente para mantermos nossa conexão. Mas eu a desejava tanto, queria poder tocá-la, e sabia que conseguiria, de algum modo. Eu era somente dela.

sábado, 30 de outubro de 2010

The Longpitch - Cap. XV

A coragem é algo que não nos chega a todo momento, por isso é preciso aproveitar quando estamos cara a cara com essa virtude.
Tomei de minha coragem naquele momento, e liguei para ela, mais decidida do que nunca. Me surpreendi com minha própria atitude; mas não era hora de refletir sobre as mudanças que estavam ocorrendo comigo, eu precisava agir.
No primeiro e no segundo toque, parecia que alguém tinha apertado meu coração, segurando-o nas mãos. Mas ela atendeu no terceiro, fiquei tão nervosa por saber que ouviria a voz dela pela primeira vez, eu estava muito curiosa para saber como era, aliás ela me despertava curiosidades inacabáveis, queria saber de tudo sobre ela, eu só queria saber dela, e nada mais.
Quando ela falou "alô", com a voz mais doce desse mundo, eu tremi, se não estivesse deitada eu teria caído. Você pode achar que isso tudo é apenas exagero normal de quem está apaixonada. Mas ela realmente tinha a voz linda, queria ouvi-la até o fim dos tempos. Eu a respondi com um "oi" seguido de mil desculpas por ter ficado nervosa e desligado da outra vez, e pela demora em ligar, expliquei do castigo. Eu estava feliz por falar com ela, e, principalmente por estar conseguindo ser totalmente sincera e mostrar meus sentimentos, isso não é uma coisa muito fácil.
Fiquei mais feliz ainda em saber que ela também estava gostando de minha companhia. Eu não me cansava de estar fazendo aquilo. Só reparei no tempo transcorrido depois que desliguei e vi que a ligação durou 4 horas. Nem percebi quando as garotas entraram e foram pra cama. Eu estava tão envolvida na conversa, era tão bom falar com ela, em tudo nós concordavamos, não por educação ou tentativa de agradarmos uma à outra, eu sabia que estava sendo sincera e sentia verdade em sua voz linda.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

The Longpitch - Cap. XIV

Apesar do momento de alívio daquela manhã, sabia que meu dia seria extremamente longo, pois o pior já devia estar à minha espera. Como a coordenação não achou conveniente que eu perdesse as aulas, então esperariam para me punir pelo atraso apenas depois; achei muito gentil da parte dela haha...
Após as aulas, fiquei triste por saber que não poderia ligar para minha gata (é, eu já a chamava assim, puro atrevimento eu sei), já que iria direto para a detenção; as horas nunca foram tão longas como naquele dia.
Já à noite, saio do castigo e vou tomar banho; não conseguia tirá-la da mente um só segundo; eu poderia não ter me dado conta ainda de meus sentimentos por ela, naquele momento, mas o astuto leitor que presencia minhas humildes linhas, já os percebera há muito tempo.
Após o delicioso banho, como um pouco e vou para o quarto; por sorte não havia ninguém lá ainda. Eu teria privacidade se ligasse para ela. Ótimo. Só faltava ali a coragem de ligar, um mero detalhe...
Deitada na cama, o restante do quarto num vazio e num silêncio fabulosos, estava a olhar para o celular em minha mão, esperando o momento certo, ou melhor, o momento de coragem. Não entendia nem um pouco aquela ansiedade toda que estava sentindo, na verdade, eu tinha até medo do quanto ela mexia comigo.
Após vinte minutos de agonia, percebo que ainda estou exatamente igual, olhando aquele celular na minha mão... Isso tudo estava sendo mais difícil do que eu poderia pensar..
Percebo que estou sendo uma boba, então me forço a fazer logo aquilo, e acabar de vez com toda a ansiedade que me dominava.. O telefone chama do outro lado... Mas no segundo toque já o desligo rapidamente, e o largo em cima da cama, como se ele fosse um monstro...
Afundo meu rosto no travesseiro e coloco as mãos na cabeça, como quem se esconde de si mesmo. Estava envergonhada. Me assusto nesse momento com o toque do celular e o pego rapidamente, lendo logo a mensagem que chegara: "Era vc?". A qual respondo prontamente com um "Sim".

domingo, 24 de outubro de 2010

The Longpitch - Cap. XIII

No dia seguinte acordei e o rosto dela foi a primeira coisa que vi; ela estava dentro de mim em todos os momentos. Acordar pensando numa garota tão linda quanto ela, é acordar feliz, com um sorriso no rosto, inevitavelmente.
Aquela manhã seria uma correria para mim, pois, infelizmente, estava voltando para o colégio. Mas aquelas férias realmente valeram a pena. Me arrumei rapidamente, sem esquecer de pegar o papel com o telefone da garota, coloquei no bolso da calça, não largaria mais dele daí em diante. Joguei tudo que estava espalhado pelo quarto na mala, e sentei nela, em cima da cama, caso contrário ela não fecharia.
Saí apressadamente. Mandaram alguém me deixar lá. Desci do carro e olhei em volta do colégio. Após os acontecimentos da última noite, eu parecia meio paranóica, sempre olhando tudo, como quem procura algo, ou alguém.
Depois que atravesso o portão, ele começa a ser fechado, já que eu estava extremamente atrasada. Fico parada do lado de dentro da escola, a olhar para a rua, como quem espera alguém, eu pressentia que eu devia fazer isso, que algo iria acontecer. Então, imediatamente, um sorriso se faz em meu rosto, pois eu a vejo do outro lado da rua; não faço a menor ideia de como ela descobriu onde estudo, cheguei até a pensar que eu estava totalmente maluca ou alucinada, mas depois me dou conta de que meu amigo e ela podem ter conversado um pouco lá na praça, na noite anterior. Fico aflita em pensar no que ele pode ter falado de mim, talvez ela me ache chata, louca, ou algo assim...
Pedi ao porteiro pra me deixar sair um pouco, mas ele foi irredutível, alegando que eu já estava atrasada, e que as regras do colégio não permitem saídas. Olho meio triste para ela, ambas estão imóveis nesse momento, mas existia ali uma conexão entre nós, uma sabia exatamente o que a outra estava pensando, sem precisar de nenhuma palavra. Segurei meu bolso e lembrei que tinha o telefone dela, foi um alívio. Tive que entrar logo no colégio, pois todos já estavam a minha espera, sai de lá olhando para trás, para poder vê-la por alguns segundos mais enquanto eu me afastava. Percebi que ela também saía, então não vi mais nada.

The Longpitch - Cap. XII

Chegando em casa, me sentia muito cansada, além disso, no dia seguinte teria que retornar ao colégio, para minha agonia. Então, resolvi deitar logo, porém, não conseguia dormir.
Minha mente estava em uma avalanche de pensamentos, e de sentimentos. A garota era realmente linda, e algo me dizia que poderíamos nos dar bem.. eu estava pensando positivamente sobre isso, o que não era comum a minha pessoa.
Não iria ligar para ela ainda, estava cansada, e ainda não me sentia corajosa o suficiente para isso. Mas não consegui deixar de pensar nela um único segundo. Me sentia totalmente estranha, meu coração batia tão forte em meu peito que chegava a doer, um arrepio corria por todo meu corpo, que estava quente.
Cheguei a pensar que eu estivesse doente, só descartei essa possibilidade porque pensar nela me fazia ficar tão feliz, feliz demais para alguém que estivesse doente. Viajei pensando em beijá-la devagar, sentindo seu corpo, parecia que ela estava ali comigo, num delírio tão real que quando acordei dele percebi que já estava realmente excitada. Então imaginei a mão dela, em vez da minha, a me tocar, e delirei mais uma vez, de tanto prazer que senti.

sábado, 23 de outubro de 2010

The Longpitch - Cap. XI

Ainda na praça, fiquei desolada quando perdi a garota de vista. Mas não criei dentro de mim a expectativa de ir falar com ela, então não me senti tão culpada por deixar a oportunidade passar... Nem entendi porque ela mexeu tanto comigo. Na verdade, naquele momento eu não me dei conta do que ela já significava para mim, de que esse encontro não ocorreu por acaso, ele já estava previsto, estava escrito.

Para minha sorte, ela tomou a iniciativa. Um amigo veio me dar um papel com algo escrito por ela. Quando ele chegou perto de mim, antes que falasse algo eu já esboçava um leve sorriso nos lábios, sabia que era algo sobre ela. Pelo visto realmente deixei transparecer o quanto eu a achei bonita, pois ela me respondeu ao que lhe disse, mesmo sem querer, com meu olhar. Havia escrito com uma letra de anjo para mim:

"Também achei você bonita, obrigada, beijo..."

Ela escreveu ainda seu telefone. Fiquei aliviada ao vê-lo, significava que não perdi o contato com ela, e que eu poderia ouvir sua voz, caso eu conseguisse ligar para ela depois, assim que minhas pernas parassem de tremer, que minhas mãos descongelassem, e que eu conseguisse dizer alguma palavra...

The Longpitch - Cap. X

Há momentos em nossa vida em que acontecem coisas que irão mudá-la para sempre. Mas quase nunca conseguimos perceber a sua importância, só muito tempo depois conseguimos nos dar conta do quanto determinado fato foi tão decisivo.

Num dia normal, que não me parecia permeado de nenhum momento decisivo, resolvo dar uma volta, uma amiga me indica um lugar legal e com algo que eu estava procurando: garotas. Na verdade quando me refiro a "amiga", quero dizer algo mais vago, amizade verdadeira está mais escassa ainda para mim que para o resto do mundo.

Chegando ao local, na minha habitual falta de jeito em "tudo", no sentido mais amplo que esta palavra possa ter, fico meio pelos cantos, falo com algumas pessoas, mas sem grandes expectativas de fazer amizade com elas. O lugar me agradava muito, pois me identificava com aquelas pessoas. Havia barzinhos em volta, algo que não me atraía, e uma praça enorme. Para minha sorte havia poucas pessoas naquele dia; se houvesse mais eu já estaria passando mal.

Olhando aquele movimento todo, procurando nem eu mesma sei o que, me sinto meio só; mesmo rodeada de tanta gente interessante e bonita, e mesmo chamando a atenção dessas pessoas, que buscavam uma aproximação, inutilmente, pois eu parecia estar cercada por muros que ninguém ali possuía o dom de ultrapassar.

Sabe quando você olha para algo e fica totalmente fora de si mesmo por não acreditar no que seus olhos veem? Eu fiquei assim, sem saber o que fazer, sem conseguir crer no que estava à minha frente... E era algo que não se podia realmente jamais achar que fosse real, mas era. Do que se trata essa visão tão avassaladora? Uma garota. Você poderia me dizer "tudo isso só por causa de uma garota?" e eu prontamente diria que também me surpreendi pelo fato de apenas uma garota ter esse efeito sobre mim.

Mas o que essa garota tinha de tão especial? Eu nem saberia como responder a isso. A beleza absoluta não pode ser explicada com palavras. E mais difícil ainda seria explicar o quanto eu consegui ver de sua alma, que, acreditem, era mais bela ainda. Ou seja, ela era o ser humano mais lindo no universo.

Eu queria dizer que falei com ela normalmente. Mas pela minha reação conturbada do parágrafo anterior, já podem imaginar que isso não aconteceu. Porém isso não seria necessário para que ela soubesse o que se passava comigo, pois qualquer uma daquelas várias pessoas que estavam no local liam em meu olhar para ela naquele momento: "nossa! como você é linda!".

The Longpitch - Cap. IX

Deitada de uma maneira tão relaxante e gostosa em minha cama, não poderia deixar de pensar na companhia de alguém, não sabia quem, mas não podia ser qualquer pessoa, aliás, só poderia ser uma pessoa nesse mundo, mesmo que eu não a tivesse encontrado ainda.

Logo adormeço e continuo o sonho que comecei quando ainda estava acordada. Sinto suas mãos tocarem de leve meu pescoço, não consigo abrir os olhos, só consigo sentir esse toque delicioso e desejar que ele não acabe. Seguro essa delicada mão e a beijo, sinto seu abraço forte, em seguida suas mãos ao redor da minha cintura, as seguro nessa posição.

Depois de um tempo nesse contato, ainda não vejo seu rosto, mas sinto seus lábios macios tocando de leve minha nuca, pescoço, ombro, e por último meu rosto. Viro-me um pouco e procuro seus lábios, que logo tocam os meus com uma maciez delirante, beijo com meus olhos fechados, delirando com essa sensação de tocar lábios tão deliciosos.

Longo foi o beijo, sensação única que me deixou fora do meu corpo por alguns instantes, em êxtase; quando volto a senti-lo, percebo que já não visto nada, nem ela, não via seu rosto direito, mas sentia naquele momento sua pele tocar a minha, seu corpo todo nu junto ao meu, num toque que me levava a um prazer intenso, como nunca havia sentido antes.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

The Longpitch - Cap. VIII

Apreciar um raro momento de chuva é algo mágico para mim. Uma sensação deliciosa, um friozinho que acalma de um modo marcante, é como se você pudesse sentir as belas mãos da sua amada a te fazer carinho. Chove lá fora e eu penso que estou nos braços mais delicados e mais acolhedores do mundo, como é bom ficar assim e não ter hora para acordar desse sonho.

Adoro a chuva, ela purifica o universo, se mostrando assim um fenômeno extremamente mágico. Nessas horas acolhedoras só tenho vontade de me deitar, relaxar, ouvir a melhor música, e pensar na melhor pessoa, na melhor compania... ou mesmo desejá-la em meus braços e não deixá-la mais ir embora, eternamente minha.

O amor é o sentimento mais poderoso que pode haver. Só ele é capaz de dominar nossas mentes e fazer o universo, com seus problemas todos, parecer tão pequeno... tão inútil diante da força de atração entre duas mentes que estão em total conexão.. desafia todas as leis científicas, fazendo com que duas pessoas estejam tão próximas que ocupem o mesmo corpo, a mesma mente e o mesmo coração.

A chuva me lembra esse sentimento. Porque sempre que chover vou me lembrar da compania que quero para esses momentos, e quando estiver com a minha amada vou me lembrar da chuva, desejar que ela caia lá fora, purificando o universo, enquanto tenho essa pessoa em meus braços e a beijo delicadamente, sem querer fazer mais nada a não ser mostrar todo meu amor a ela naquele momento.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

The Longpitch - Cap. VII

Liberdade é uma palavra cobiçada pelas mentes humanas. Ela nos traz alívio e satisfação. Ser livre é um passo curto para o "ser feliz". Soltar as amarras que nos prendem às conveniências sociais é algo que nos faz extremamente bem.

O tempo livre nos dá essa sensação de liberdade, não ter obrigações é ser livre para fazer o que achar melhor em cada momento.Sentada na minha cadeira, em casa, sem nada para fazer; ou seja, em um tédio total. Resolvo pegar um caderno; mas sem nada que queira escrever naquele momento, tento rabiscar algo, algum desenho qualquer.

Primeiro me vem à mente uma flor, e aí me mostro a menina mais romântica desse mundo, eu nasci pra delicadeza; tanto que às vezes me sinto uma florzinha, tão leve, tão frágil, incapaz de suportar impactos fortes, com tanto medo de ter suas pétalas arrancadas ou ser pisoteada.

Depois, a opção óbvia do coraçãozinho. Sempre gostei de desenhar corações, eles para mim são como um pequeno ícone de sentimentos. Desenho uns raios em volta dele. Contornando melhor a forma de coração, resolvo colocar então uma letra nele, mas qual? A primeira que me vem à mente é "A". Não sei, acho que foi meio aleatório, ou talvez não, quem sabe... além de ser a primeira letra do alfabeto, é com ela que se escreve o sentimento mais nobre de todos.

Por fim, sem mais idéias mirabolantes, resolvo desenhar uma lua, e coloco umas estrelinhas em volta. Me lembra um céu estrelado durante a noite. Essa lembraça me parece uma das imagens mais belas, um céu lindo e calmo à noite me transmite a paz e a tranquilidade. As estrelas sempre estiveram e sempre estarão lá, então cada uma delas foi testemunha de amores, momentos de tristeza, de alegria, de frustração, de prazer... me lembrando de pessoas... sempre que olhar para o céu vou procurar as estrelas que se tornaram mais marcantes em minha vida.

The Longpitch - Cap. VI

Na minha jornada de férias não haveria nada melhor do que não ser escrava do relógio. Não ter horário marcado pra acordar ou dormir. Os horários são o que faz da rotina diária algo tão estressante, saber de tudo que irá acontecer no seu dia é algo que o torna tão morno. A imprevisibilidade traz renovação à vida, a torna mais agradável.

Bem, o que eu gostava de fazer nas minhas horas livres era muito variado, mas nunca planejado. A palavra planejamento me dá calafrios. Houve um tempo em que a TV era minha única compania, época interessante; não digo que essa seja a melhor forma de aproveitar seu tempo, mas não é de todo mau. Os livros e a escrita que sempre serão minha paixão. A música, que me faz sentir viva, e aliviada por isso; enquanto ouço música quero viver para continuar ouvindo.

Durante toda minha vida existiu algo, que sempre me fez bem, e sempre me despertou atenção, medo, desejo... uma tempestade de sentimentos. Algo sem o qual eu não poderia viver: as garotas. E antes que algum leitor preconceituoso venha a me censurar, lhes digo que o amor é o mais puro dos sentimentos, e não merece tal punição.

Sobre minha paixão por garotas havia um episódio interessante. Nesses dias de folga, tive a sorte de ter um contato bem prazeroso com um tesouro.

Fui à casa de uns tios, os quais adoro, e ao chegar abracei saudosamente cada um deles. Ao perguntar sobre meu primo (por pura formalidade, pois não estava interessada na presença dele), tenho a feliz resposta de que ele não estava em casa. Diante da agradável surpresa, após o almoço peço para ir descansar um pouco no quarto do primo chato ausente, alegando imenso cansaço. E fui tão convincente na minha alegação que até deixei as pessoas preocupadas, mas os acalmei dizendo que apenas queria descansar bastante no meu tempo livre.

Entrei no quarto com uma velocidade de quem estava fugindo da polícia. Era muito agradável, arrumadinho, espaçoso, com pc, tv e outras mirabolices tecnológicas. Mas nada daquilo me chamava a atenção, estava revirando-o de cima a baixo com segundas intenções, e foi lá, embaixo do colchão, o lugar mais óbvio, que achei algo que me deu arrepio imediato ao olhar. Meu primo possuia um acervo digno de um tarado. Várias garotas lindas, e o que é melhor, nuas, para eu admirar por toda uma prazerosa tarde. Folheando aquelas páginas sentia um calor e um desejo que me descontrolavam; com a porta já trancada há muito tempo, tomei a liberdade de me despir lentamente, à medida que me deliciava com aquelas mulheres que nem sei explicar como, mas me faziam sentir muito tesão. Me tocando e olhando para todas aquelas fotos consegui vários orgasmos deliciosos.

domingo, 17 de outubro de 2010

The Longpitch - Cap. V

Uma semana? Quanto tempo dura uma semana? Elas podem ter tamanhos diferentes, pelo menos em nossa mente. Se for uma semana de trabalho árduo, ela será a mais longa de todas; ou melhor, uma semana de saudade, essa sim é interminável, não há como compará-la às outras. Uma semana ao lado de pessoas que nos façam bem, deve passar voando, mas vale por um ano inteiro. Quanto tempo será que duraria uma semana com o amor da sua vida? A eternidade; pois, durante esse tempo o restante do mundo deixaria de existir, e o tempo pararia para apreciar um amor verdadeiro.
No decorrer de uma jornada longa e desgastante, seja de estudos, trabalhos, ou quaisquer outras atividades que exijam disciplina, existe uma semana que vale por todo o ouro do mundo: uma semana de folga.
Nós do colégio teríamos uma semana inteira de folga, eu iria para o paraíso, onde quer que eu estivesse. Uma semana longe do lugar que mais detestamos é como um alívio para a alma. É como saborear uma comida que gostamos muito, depois de meses de rígida dieta. Algo como sentir a chuva cair sobre nós, ou ouvir seu barulhinho confortante no telhado, após meses de estiagem. Ou ainda, como ver uma pessoa, da qual não se podia nem medir a grandeza da saudade que se sentia dela no tempo em que ficaram separadas.
Uma semana, um dia, um minuto... o tempo é irremediável, por mais que se tente, ele nunca para... ele nos abandona a cada segundo, e nunca mais o teremos de volta. Não o teremos, pelo menos não o que passou; só aquele que ainda está por vir, do qual não sabemos nada, se será bom ou ruim, curto ou longo, nada.

The Longpitch - Cap. IV

Estar apaixonada significa não enxergar mais nada, mais nada mesmo. Não existe sentimento mais dominante que esse. Não entendo por que eu ando por aí com o coração em chamas desse jeito.
As tarefas chatas do dia a dia se tornam mais intermináveis ainda, estudar? quem consegue se concentrar assim?
No colégio no qual estou existem turmas a partir da 5ª série, isto explica esse bando de pirralhas com quem divido o quarto, elas devem ter de 10 a 12 no máximo. O que acontece é que a organização acha fortuíto não criar grandes vínculos de amizade, pois isso desviaria a atenção dos estudos. Os quartos sempre possuem garotas de turmas diferentes.
Eu concordo, quando se estuda algo importante não se pode perder o foco jamais; a nerd em mim jamais reprovaria esse tipo de medida, é tudo por uma boa educação.
Me achariam louca se eu dissesse que era uma sonho entrar para uma escola assim? Um colégio interno é um lugar onde você inevitavelmente vai se dedicar mais, aliás, você só pode fazer isso, pois nesses lugares não há nada mais a se fazer. Parece um tédio? Pode ser. Mas qual vida não tem um pouco desses momentos entendiantes...
Mas em qualquer atividade que estivesse fazendo, seja estudando, trabalhando, ou relaxando de todo o stress da minha vida, ela sempre estaria comigo.
Já se apaixonou sem perceber e quando se deu conta disso não dava mais pra voltar atrás? Há pessoas também que se apaixonam antes mesmo de conhecer sua amada; penso que sempre estive destinada a um certo alguém, e que o destino se encarregaria de me apresentar essa criatura tão inacreditavelmente perfeita.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

The Longpitch - Cap. III

"Eu amo você" "Ainda gosto de você" "Não mudou nada". É incrível como essas palavras são mágicas. Elas nos fazem rir quase que instantaneamente, numa alegria de se sentir amada.
Nos últimos tempos tenho visto essas frases em todos os lugares, mas esses lugares não são reais, estão apenas nos meus sonhos. Pelo menos tenho tido sonhos bons...
Olho pro celular e lá está "amo você", vou pro pc e vejo em algum lugar "ainda gosto de você, como sempre, nada mudou". Palavras que me deixam tão fora de mim e dentro de você, da sua mente e seu coração, que nem consigo raciocinar onde estou e onde leio aquelas palavras, eu poderia dizer que também não sei quem as escreveu, mas no fundo eu sei sim, por que sei, quero acreditar, que sente algo bom assim também por mim.
E esse amor é assim, essa certeza de existência, mas com essa confusão de manifestação, penso que é forte e inacabável, mas às vezes ele me parece tão distante...
Acordo com um sorriso no rosto ao lembrar das doces palavras lidas. Em seguida me vem a frustração de perceber que era só mais um sonho lindo com você. Eu não a tenho comigo, nem sei onde está, muito menos quando vou poder vê-la. Apenas sei, com toda a certeza, que a amo.
Hora mais triste é acordar e ver que estou num mundo onde você não está a minha volta. Tudo me parece sem sentido, demorado, inacabável. A espera por te ver me faz querer que o tempo passe, pois não quero um tempo em que eu não tenha você.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

The Longpitch - Cap. II

Há pessoas que simplesmente passam por nova vida e não deixam muito de si. Outras nos deixam tanto, que chegamos a confundi-las com nossa própria vida. Eu tinha alguém assim tão importante, apenas dentro de mim, mas eu podia senti-la sempre.
Acordei meio sentimental e nostálgica. Ignorando como de costume o ar a minha volta naquele colégio, naquele lugar onde eu não queria estar, acordei cedo e sai sem nem ao menos visualizar bem qualquer pessoa à minha frente. Fui visitar umas amigas naquela manhã de sábado estranha.
Um prédio sombrio, que mais parece ainda estar sendo contruído, dadas suas imperfeições. Lá vou eu subindo escadas em forma de caracol, de metal, com degraus pequenos; uma grande aventura para quem tem medo de altura. Me pergunto por que elas tinham que morar num andar tão alto.
Cheguei timidamente à porta, com meu jeito atrapalhado ao extremo de ser, bati e imediatamente uma morena alta abre e me recebe com um sorriso no rosto; dou um abraço sincero em minha amiga.
Não vou citar nomes, acho que pessoas são mais importantes que nomes, pois um mesmo nome pode estar em várias pessoas diferentes, mas pessoas são únicas em sua maneira de ser.
Então, atravessamos o simples e arrumadinho apartamento, chegando à cozinha, onde estava minha outra amiga, que não hesitei em abraçar, como uma criança carente que recebe uma visita. Nesses dias eu devia estar assim, mais sentimetal e carente que de costume.
De certo modo, estar ali e conversar com pessoas a quem eu tinha muita admiração era esquecer do mundo indesejado que estava lá fora à minha espera.
Nem vi o tempo passar. É incrível como não se nota a presença do tempo quando se faz algo prazeroso.
Me despedi com um enfático "chegou minha hora" e recebi em troca um "aahhh" de frustração que levantou a minha autoestima. É bom saber que alguém curte nossa compania.
Na hora da despedida cabem um abraço e um beijo no rosto das amigas. Mas graças a meu jeito atrapalhado de ser, nem sempre essa parte corre necessariamente assim.
Foi igual com as duas garotas, cheguei a pensar até em segundas intenções da parte delas. Mas o fato é que ao me aproximar para beijar o rosto tanto de uma quanto da outra, quase beijo seus lábios. E senti da parte da segunda garota, a que estava na cozinha quando cheguei, um certo deslocamento proposital em direção a minha boca.
Enfim, encarei com naturalidade o momento e sai com um sorriso no rosto, ou nos lábios, melhor dizendo.
Por que idéia de beijá-las não me pareceu boa naquele momento? Elas não são bonitas o bastante? Nem era isso... a verdade é que minha mente está tomada por alguém que me mantem fiel mesmo sem pedir por isso, mesmo sem ao menos me conhecer, e mesmo sem que eu saiba nada dela. Parece que estou destinada a alguém muito especial, e essa idéia me traz muitas esperanças, acho que essa garota será minha razão de viver, e isso me faz rir continuamente, já conheço a felicidade, pois mesmo com a incerteza do destino, sei que ela existe e... nossa, como ela é maravilhosa!